quinta-feira, 26 de maio de 2011

O poder da publicidade na promoção do consumo do álcool e do tabaco

Tanto a indústria do álcool como a indústria do tabaco produzem drogas legais que são consumidas por um grande de número de pessoas a nível mundial. Por vezes, sem que ninguém se aperceba, o mundo é bombardeado com publicidades, estratégias de marketing e patrocínios. Muitos dos consumidores de tabaco e de álcool começam a fazê-lo, por exemplo, porque as marcas destas drogas legais patrocinam a sua equipa de futebol. É através destas parcerias, criadas não só com equipas de futebol, mas também com telenovelas, festivais de música e até com a política, que as empresas de produção de álcool e tabaco mantêm os seus interesses económicos e políticos e conseguem obter cada vez mais lucro a nível mundial.

A fase da descoberta e das novas experiências é sem dúvida a mais afectada. É essa fase a adolescência e é principalmente nos jovens que se centra a publicidade realizada pelas empresas. Existe desta forma um enorme aliciamento dos consumidores mais novos através de imagens e vídeos de diversão, de alegria e criação de novas amizades presentes nas campanhas publicitárias que passam nos intervalos de programas televisivos e estão também presentes em largas páginas de revistas actuais.

Assim, demonstrando apenas aspectos positivos das drogas legais, que por vezes até não existem, a indústria do álcool e do tabaco tentam afastar deles a investigação científica que comprova que tanto uma droga como outra são drogas que provocam a adição com consequências negativas a nível da saúde física, mental e de todo o meio envolvente.

De acordo com João Rodrigues técnico de aconselhamento de comportamentos aditivos, indústria do álcool é amplamente visível, pelo público em geral, como produtora de bebidas, pela publicidade (ex. meios de comunicação social, outdoors, etc.) e apoia grupos dentro da comunidade, incluindo, por ex. prevenção rodoviária. Raramente é reconhecida como um sistema complexo e poderoso que influencia a política, a cultura de um país e a forma como interpretamos e vivemos no dia-a-dia com os problemas relacionados com o álcool [1].

O álcool e o tabaco são drogas que afectam seriamente o corpo e a mente tanto dos jovens, como dos mais velhos. No entanto, muitas pessoas, principalmente os mais novos, ainda não se aperceberam do poder da publicidade e da influência que esta exerce sobre nós. João Rodrigues afirma também que o a industria do álcool tem influenciado a opinião publica e forçado governos de forma a que o álcool, não seja encarado como uma droga, mas como um artefacto cultural, um valioso artigo de comercio, semelhante a um alimento, quase necessário á vida [1].

A indústria das drogas legais, principalmente a indústria do álcool, tenta encobrir a verdadeira realidade dos factos e dos perigos do seu consumo, tratados no projecto “Química na Saúde”. Consegue fazer isto através da informação transmitida, por exemplo, na televisão que nos dá a informação generalizada fazendo com que as pessoas que assistem a publicidade fiquem com pouca noção do risco que correm com o consumo.

Uma das maneiras de segurarem o público às suas publicidades é quando aparece a frase “Se beber não conduza!”. O aparecimento desta frase durante as campanhas publicitárias transmite a ideia de que a empresa produtora de álcool se preocupa com a segurança e com o bem-estar dos seus clientes, e esta é mais uma maneira de transmitir informação generalizada, não sendo focados os verdadeiros perigos do álcool.

A discussão acerca riscos relacionados com o consumo de álcool e tabaco tem de ser encorajada para que, desta forma, se pense duas vezes antes de consumir.


Bibliografia:
[1] RODRIGUES, João, “A Indústria do álcool e os Jovens”, http://prevencaodasdependencias.blogs.sapo.pt/10597.html
, 2008-02-11 [Consult. 2010-12-19].

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